As abelhas exercem funções fundamentais para o bem-estar humano. Além de fornecerem mel, elas também são responsáveis pela polinização das plantas, tarefa essencial para a produção de alimentos dos mais diversos tipos. CicloVivo – 14 mai 2015
Jataí, uma das 200 espécies de abelhas nativas do Brasil, a maior parte delas inofensivas, por não terem ferrão. Abelhas Jataí
As abelhas precisam de locais seguros para se abrigar, e se você tiver um jardim, deixe uma pequena porção dele sem corte de grama, além disso, as chamadas “ervas daninhas” também alimentam abelhas, plantar árvores é muito importantes para as abelhas, já que oferecem abrigo, áreas de sombra e flores de onde elas podem tirar o néctar. Parque das Aves
Você não precisa necessariamente ter um jardim para ajudar as abelhas: canteiros de janela ou sacada, vasos pequenos de parede ou vasos pendurados com suportes podem contribuir muito para ajudar as abelhas.
Uma simples floreira na janela pode fazer muita diferença para as abelhas. Da Horta Pra Panela
O Brasil possui mais de 3.000 espécies de abelhas, sendo boa parte de abelhas nativas sem ferrão. Espécies como a jataí, iraí, jandaia, uruçu ou mandaçaia, entre outras, são abelhas dóceis que podem fazer parte de seu jardim. Mas, como todo animal silvestre, é preciso respeitar sua biologia, entender suas necessidades e a legislação. Sem Abelha Sem Alimento
“Plante em sua casa, nos parques e bosques de sua cidade, espécies da flora apícola; flores com pólen e néctar fornecem o alimento natural das abelhas.”
As abelhas se interessam por plantas azuis, como a sálvia-azul (Salvia guaranitica). Hernán Tolosa
Abelhas são atraídas por flores ricas em néctar, principalmente nas cores azul, roxo, laranja, branca e amarela, não são tão atraídas pelas vermelhas, porque enxergam o vermelho como cinza.
Árvores de goiaba, jabuticaba, laranja, pitanga, abacate, lichia, capixingui, guanxuma e palmeiras são indicadas.
Plantas que atraem e ajudam a salvar abelhas:
Lavanda. Elena G – Unsplash
1. Lavanda – gênero Lavandula
2. Coentro – gênero Coriandrum
3. Erva-de-gato – gênero Nepeta
4. Funcho – gênero Foeniculum
5. Salvia – gênero Salvia
Tomilho. Pixabay
7. Tomilho – gênero Thymus
8. Açafrão – gênero Crocus
9. Ranúnculo – gênero Ranunculus
10. Aster – gênero Aster
11. Malva – gênero Malva
12. Anêmona – gênero Anemone
13. Campânula – gênero Campanula
Eric Hunt – Wikimedia Commons
14. Gerânio – gênero Geranium e Pelargonium
15. Calêndula – gênero Calendula
16. Alisso – gênero Lobularia
17. Papoula – família Papaveraceae
18. Zinia – gênero Zinnia
19. Cleome – gênero Cleome
20. Heliotrópio – família Boraginaceae
21. Girassol – gênero Heliantus
Pixabay
22. Manjericão – gênero Ocimum
23. Manjerona – gênero Origanum
24. Menta
25. Hortelã
26. Borragem
27. Cebolinha
28. Alecrim
29. Orégano
30. Erva-cidreira
31. Trevos
32. Dente-de-leão
33. Margarida
34. Cravo-de-defunto
Os apicultores são muito importantes para a proteção das abelhas: além de possuírem muito conhecimento para compartilhar sobre esses insetos, podem ser chamados para resgatar colmeias em locais muito próximos a humanos e também criam meliponários de abelhas nativas sem ferrão. Reconheça a importância desses profissionais e incentive comprando mel e produtos com cera de abelha (velas, sabonetes e panos encerados) de apicultor da sua região.
De acordo com o DEFAU (Departamento de Fauna), para realizar o manejo adequado e o resgate de abelhas nativas em situação de risco, há a necessidade de um responsável técnico, que definirá o melhor destino para as colmeias resgatadas. Tem Abelha No Meu Jardim
Para ajudar a conservar as abelhas, apoie os apicultores locais e seus produtos. Meliponários Abelhas do Sul
Os inseticidas, químicos criados para matar insetos, causam danos fisiológicos nas abelhas (como aumento do tempo necessário para atingir a fase adulta e má-formação das células da colmeia), além de perturbações nos padrões de alimentação e interferência no comportamento.
Está cada vez mais evidente que os inseticidas, aplicados em concentrações tidas como “normais”, exercem efeitos prejudiciais às abelhas a nível individual e de colônia. Por conta desses produtos, apenas de 2018 para 2019, morreram mais de meio milhão de abelhas no Brasil.
Os diversos fungicidas, herbicidas, pesticidas, e fertilizantes também são prejudiciais às abelhas. As abelhas também estão ameaçadas pela perda de locais de alimentação devido às grandes monoculturas.
Os efeitos dos agrotóxicos sobre as abelhas, especialmente sobre o sistema neurológico, já são relativamente bem descritos pela ciência. “Quando contaminadas, elas não conseguem voltar à colmeia para comunicar às outras onde está o recurso, o alimento. Isso causa um caos”, exemplifica a pesquisadora Vinina Ferreira. Nádia Pontes – DW. Brasil de Fato – 22 mai 2023
Para ajudar, evite inseticidas na sua propriedade, seja um pequeno jardim ou uma fazenda. Uma ideia inteligente é proteger os louva-a-deuses, joaninhas e aranhas do seu jardim, pois eles mantêm insetos-praga sob controle, dê preferência ao controle biológico de pragas.
Além disso, privilegie os alimentos cultivados sem veneno, tente buscar os pequenos agricultores da sua região, ou procurar serviços de entrega de vegetais em casa já contam com itens orgânicos, e apoie projetos que trabalham pela proteção das abelhas.
– Pratique técnicas agrícolas sustentáveis;
– Combata o desmatamento;
– Plante corredores de flora apícola;
– Amplie a biodiversidade nos campos de monocultivo.
Em todo o Brasil, pelo menos quatro espécies de abelhas estão ameaçadas de extinção, segundo avaliação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA):
1. Melipona scutellaris, com maior distribuição no Norte e Nordeste;
2. Melipona capixaba, que vive em regiões montanhosas do Espírito Santo;
3. Melipona rufiventris, conhecida como uruçu amarela do Cerrado;
4. Partamona littoralis, da Mata Atlântica.
O Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Insetos Polinizadores Ameaçados de Extinção contempla 56 táxons nacionalmente ameaçados de extinção, somando-se 13 espécies de abelhas recentemente validadas como ameaçadas e cinco espécies de abelhas Quase Ameaçadas (NT). O PAN também abrange outras 33 espécies de abelhas e borboletas ameaçadas a nível estadual, presentes nas listas do Pará, Bahia, São Paulo e Minas Gerais.
O PAN Insetos Polinizadores, inclui também espécies de mariposas, deve vigorar até o fim de 2027, tem entre suas prioridades reduzir o efeito dos agrotóxicos sobre os insetos, preservar a vegetação, combater incêndios e impactos das mudanças climáticas para manter os polinizadores vivos.
“O Brasil é o país mais rico em biodiversidade e tem uma responsabilidade especial por conta disso”, avalia Braulio Dias, diretor de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do MMA e ex-secretário executivo da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica.
A perda desses insetos levaria o mundo a um colapso. “O desaparecimento das abelhas tem implicação direta na produção de alimentos. Elas são polinizadoras, muito importantes na agricultura, grandes responsáveis pela formação de frutos e sementes”, ressalta Vinina Ferreira, professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco, que pesquisa o tema desde a graduação.
Só a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro que já perdeu 26% de sua área original, tem 12,4 milhões de hectares de áreas prioritárias para conservação, segundo levantamento da Plangea Web, plataforma gratuita desenvolvida pelo Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS).
A morte repentina das abelhas que cultivava em caixas obrigou Geomilton Rodrigues a buscar um novo local para os insetos prosperarem. Imerso na Caatinga, o apicultor de Tabuleiro do Norte, no Ceará, desconfia que o agrotóxico pulverizado em plantações vizinhas de milho e algodão tenha sido letal para seus insetos.
A Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos estima que o trabalho silencioso dos polinizadores, com liderança das abelhas, gera uma economia de até 10 bilhões de dólares (cerca de R$ 50 bilhões) por ano à agricultura brasileira. Esse seria o montante extra a ser desembolsado para produção de alimentos caso os insetos não colaborassem.
A abelha Uruçu Amarela do Cerrado (Melipona rufiventris), sem ferrão, capaz de produzir até cinco quilos de mel por colônia ao ano, é o elo entre pesquisadores e técnicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF), de instituições parceiras e meliponicultores (criadores de espécies de abelhas nativas) em uma pesquisa inédita para evitar sua extinção. Thainara Nascimento – Embrapa. 06 set 2022
O desmatamento de grandes áreas naturais para expansão agrícola ou para empreendimentos urbanos e o uso indiscriminado de agrotóxicos estão entre os principais motivos que colocam a espécie, nativa do Cerrado brasileiro, em risco. Soma-se a eles a predação de ninhos naturais para retirada criminosa de mel ou dos próprios ninhos, muitas vezes vendidos na internet, prática adotada por “meleiros”, o que pode ocasionar a morte do enxame.
“Não importa se estamos falando de grandes mamíferos, de abelhas ou de organismos minúsculos. Manter a biodiversidade é garantir a produção de alimentos do país, a produção de água. A saúde humana depende da saúde da natureza”, defende Dias.
Bee or not to be
Edição: 25 jun 2024
Atualizado: 28 jun 2024
Palavras Perdidas: O mel da abelha, Abelha poliverde, Comida de gente, Drone inseto, Joshua Nichols e Luke Marston, Perda de 25% no número de insetos, Abelha, o ser humano mais importante do planeta, The Bee Is The Most Important Of The Planet, COMO FAZER uma HORTA CASEIRA: passo a passo
Apoie o artesanato confeccionado pelas mãos das mulheres indígenas da etnia Guarani Mbya:
Art and culture of the native peoples of our planet. ART AMBA MIRIM
As Estrelas na Terra 