Foi proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) que entre 2021 e 2030 seja a Década dos Oceanos, visando expor e conscientizar as populações sobre a importância dos oceanos, além de mobilizar atores públicos, privados e a sociedade civil em ações que favoreçam a sustentabilidade dos mares. Ana Rita Albuquerque – Monitor Mercantil

O plástico tem uma grande permanência no ambiente. Sua produção em massa, a partir da década de 1940, levou a uma quantidade imensa desse material na natureza, visto que o produto não se degrada, o que facilita o acúmulo de resíduos sólidos e o crescente aumento de lixo marinho, com graves consequências para a fauna. O lixo acumulado na praia ou na superfície do mar representa apenas 1% do plástico que é despejado nos oceanos, porque quase tudo fica concentrado a centenas de metros de profundidade. Agência Senado

A cada ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico acabam no oceano, o que equivale a um caminhão de lixo cheio desse produto jogado no mar a cada minuto, segundo dados do Fórum Econômico Mundial.
O Brasil é o maior produtor de plástico na América Latina, produzindo cerca de 6 milhões de toneladas por ano, dentre os quais aproximadamente 5% acabam parando no fundo do mar. Estudos também indicam que até 2040 o lixo plástico dos oceanos poderá chegar ao triplo do atual. Estima-se que cerca de 150 milhões de toneladas métricas de plásticos já estejam flutuando nos oceanos.
A produção de plástico deve crescer cerca de 50% até 2025, pois muitos itens da vida moderna os tornam indispensáveis.

“Se o plástico é produzido a partir do petróleo — o que corresponde a mais de 90% do total —, problemas decorrem, também, de seu processo de fabricação. Os impactos das refinarias vão desde as consequências dos estudos sísmicos realizados na etapa de exploração até o consumo de grandes quantidades de água e de energia, geração de vultosas quantidades de despejo líquido, liberação de diversos gases nocivos na atmosfera (como os policíclicos aromáticos), produção de resíduos sólidos de difícil tratamento, além dos frequentes vazamentos de petróleo em ambiente marinho, como ocorreu com a British Petrolium (BP), nos Estados Unidos, e com a Chevron Brasil, no estado do Rio de Janeiro”.
O novo índice “Plastic Waste Makers Index: Revealing the source of the single-use plastics crisis”, ou O Índice do Desperdício de Plásticos: Revelando as origens da crise dos plásticos de uso único, foi divulgado no dia 18 de maio. Brasil Econômico – Ig
Em três anos consecutivos, 2018, 2019 e 2020, esse ranking elaborado pela organização internacional Break Free From Plastic revela que três multinacionais se mantêm no topo dessa lista lamentável: são as principais responsáveis pelo descarte de lixo plástico no mundo: Coca-Cola, PepsiCo e Nestlé. Suzana Camargo – Conexão Planeta

Em 2020, quase 15 mil voluntários, em 55 países, incluindo o Brasil, participaram de mutirões de limpezas em praias, rios, parques e outras localidades públicas. Juntos, eles coletaram mais de 350 mil resíduos plásticos, que depois, foram analisados por auditorias que apontam quais são as marcas fabricantes dessas embalagens.

Além das três multinacionais citadas acima, o levantamento revela o nome de outras sete empresas que contribuem para o descarte global de lixo plástico:
- Coca-Cola
- PepsiCo
- Nestlé
- Unilever
- Mondelez International
- Mars Incorporated
- Procter & Gamble
- Phillip Morris International
- Colgate-Palmolive
- Perfetti van Melle
Segundo o relatório, sete das empresas que aparecem no ranking – Coca-Cola, PepsiCo, Nestlé, Unilever, Mondelez International, Mars e Colgate-Palmolive aderiram ao Compromisso Global da Nova Economia do Plástico, mas um relatório divulgado recentemente pela Fundação Ellen MacArthur afirma que as signatárias do acordo reduziram o uso do plástico virgem em apenas 0,1% entre 2018 e 2019.

Para a Break Free From Plastic, é fundamental que essas companhias não só reduzam urgentemente a quantidade de plástico descartável que usam, mas também, definam metas claras e mensuráveis para tal, assim como assumam total responsabilidade pelo custo externalizado de seus produtos, tais como os custos de coleta e tratamento de resíduos e os danos ambientais por eles causados.
Trata-se de um estudo elaborado com a colaboração de pesquisadores do London School of Economics, do Instituto Indiano de Tecnologia de Delhi, do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo, da consultoria Wood Mackenzie, do think tank Planet Tracker e da gigante australiana de minério de ferro Fortescue (cujo CEO, Andrew Forrest, é o fundador da Minderoo). O índice é auditado pela KPMG.
Em todo mundo, diversas associações de catadores também fizeram parte do esforço. Elas denunciam que a grande maioria dessas embalagens produzidas pelas gigantes multinacionais não pode ser reciclada. Além disso, o que é reciclável vale muito pouco para esse setor.

O levantamento revelou que um terço da produção global de plástico é de descartáveis. Dentre eles, 98% são feitos de derivados de petróleo. Mais de 130 milhões de toneladas desse material acabaram em aterros, incinerados ou descartados no meio ambiente em 2019. Quase 20% desse total, cerca de 25 milhões de toneladas, foram para os oceanos e terrenos baldios. Cem empresas estão por trás de 90 por cento da produção global de plástico descartável.
#BrandAudit2020 Reveals this Year’s Top Plastic Polluters – breakfreefromplastic
Apenas 20 empresas produzem mais de 50% de toda a resina mãe, isto é – a matéria prima dos plásticos. O pódio é da ExxonMobil, que produziu 5,9 milhões de toneladas de lixo plástico global, a norte-americana Dow e a Sinopec. Só estas três respondem por 16% do lixo plástico de uso único global.
Toda esta cadeia é pouco transparente, além de muito poluente e concentrada, diz o documento. Quase 60% dessa produção de uso único é financiada por apenas 20 bancos globais. “Vinte gestores de ativos institucionais – liderados pelas empresas americanas Vanguard Group, BlackRock e Capital Group – detêm mais de US$ 300 bilhões em ações das empresas-mãe desses produtores de polímeros, dos quais cerca de US$ 10 bilhões vêm da produção de polímeros virgens para plástico de uso único”, aponta o estudo.
O relatório também estima que 20 dos maiores bancos do mundo, incluindo Barclays, HSBC e Bank of America, tenham emprestado quase US$ 30 bilhões para a produção desses polímeros desde 2011.
De acordo com o consultor legislativo do Senado Joaquim Maia Neto que elaborou o estudo Contribuições do Poder Legislativo no Combate à Poluição Causada por Plástico, além de garantir maior proteção ambiental, uma lei nacional traria uma uniformidade desejável e seria indutora de investimentos na produção de materiais sustentáveis.
As dificuldades para a aprovação de eventual projeto de lei no sentido pretendido não seriam de ordem jurídica, mas, sim, política. Em primeiro lugar é preciso considerar que o lobby da indústria de plástico é forte e atua contrariamente à aprovação das proposições que já tramitam no Congresso, observa o estudo de Joaquim Maia Neto. A outra dificuldade refere-se à existência de várias proposições em tramitação que tratam do tema. Uma nova proposição viria no sentido de dispersar ainda mais os esforços para a aprovação de legislação nos moldes pretendidos, avalia o estudo do consultor legislativo Joaquim Maia Neto.

A auditoria global da Break Free From Plastic revelou também que sachês descartáveis, usados para embalar pequenos volumes de produtos – como ketchup, café e xampu –, são o tipo de item mais frequentemente encontrado, seguidos por bitucas de cigarro e garrafas de plástico. Vale lembrar que o descarte correto de embalagens também é responsabilidade do consumidor. Ao adquirir um produto, dê preferência a embalagens ecológicas, recicláveis ou biodegradáveis, e procure dar a elas a destinação adequada. eCycle
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Uma resposta para “Ranking da poluição plástica nos oceanos”