A expressão do nosso português é usada como gíria: é o “TÁ BOM!” (따봉, em coreano). A frase é dita por eles com muita empolgação, e vem acompanhada com um ou os dois polegares erguidos, como os da coreana da foto acima. Os coreanos utilizam com o sentido de “legal”, “ muito bom”, “maravilhoso”.
Segundo o blog Hanguk com Açaí, tudo começou com um comercial de suco de laranja da marca Del Monte, lá na década de 80. Na propaganda, um empresário viaja em direção a um país exótico e distante com o objetivo de encontrar a laranja perfeita, para fazer o suco de laranja mais delicioso do mundo. Quando experimenta a nossa laranja, ele levanta o polegar fazendo um “joinha” e diz “Tá bom!”, e em seguida todos começam a sambar, comemorando. É muito raro encontrar suco natural em terras coreanas, geralmente são industrializados.
Existe outra propaganda, também da marca Del Monte, que dá o nome de “따봉” (tá bom) ao suco, agora não só de laranja, mas também de outros sabores como abacaxi e limão.
Durante a Copa do Mundo realizada no Brasil (2014), os produtores do desenho Larva, muito popular no país, fizeram um clip dos personagens cantando “Tá bom!” em uma música.
Tim Maia foi um cantor e compositor brasileiro que fez sucesso com canções que representam o melhor do pop nacional. Dilva Frazão – ebiografia. 09 fev 2016
A música brasileira possui muitos cantores que ajudaram a construir a sua identidade e mostrar o talento e a riqueza artística país afora, e certamente o nome de Tim Maiaestá nessa lista, irreverente e carismático, trouxe para a MPB o tempero da soul music e do funk, com músicas que fazem parte da nossa memória e continuam relevantes até os dias atuais. Mateus Pereira Silveira – letras.mus. 15 Mar 2023
Tim Maia, nome artístico de Sebastião Rodrigues Maia, nasceu no Rio de Janeiro, no bairro da Tijuca, no dia 28 de setembro de 1942. Caçula de doze irmãos, quando criança, ajudava a família entregando marmitas. Com oito anos cantava no coral da Igreja. Em 1957 criou o grupo “The Sputniks”, formado por Roberto Carlos e outros cantores.
Como todo prodígio, seu talento surgiu cedo, e aos 7 anos ele já rabiscava suas primeiras composições e participava do coral da igreja.
Aos 12 anos, após ganhar de seu pai um violão, sua afinidade com a música só aumentou. Começou a fazer aulas para aprender os primeiros acordes com o instrumento, conhecimento que ele repassou a dois importantes nomes da música brasileira: Roberto e Erasmo Carlos.
Tim Maia quando criança
Em sua adolescência, nos anos 50, ele apreciava artistas como Elvis Presley, Little Richard, Ângela Maria e Cauby Peixoto, levando essas influências para seu repertório.
Aos 14 anos, Tim montou seu primeiro grupo, os Tijucanos do Ritmo, que durou apenas um ano. Na sequência, engatou um novo projeto, os Sputniks, grupo no qual dividiu o palco com Roberto Carlos.
Em 1959, foi tentar a sorte nos Estados Unidos. Ficou hospedado, em Tarrytows, na casa de uma família que conhecera no Brasil. A cidade, a 40 km de Nova York, tinha pouco mais de 11 mil habitantes e abrigava a efervescência do jazz e da música negra. Nessa sua turnê americana era chamado de “Jim”, porque os americanos não conseguiam pronunciar “Tião”, seu apelido da juventude.
No início, integrou uma banda de Twist, depois foi convidado pelo músico americano Roger Bruno, para se juntar ao “Ideals”. Tim ficou responsável pela harmonia e pela guitarra. A banda lançou um único disco, com as músicas “New Love” (parceria de Tim com Roger) e Go Ahead and Cry. Rebelde, Tim Maia passou a praticar pequenas transgressões: pulava a catraca do trem e furtava comida no supermercado. No fim de 1963, foi preso por roubo e porte de droga. Passou seis meses na prisão e em 1964 foi deportado do país.
Para se manter, ele praticava pequenos furtos e acabou sendo preso por posse de maconha em Daytona Beach.
Tim Maia e The Ideals
De volta ao Brasil, Tim Maia conjugou tudo o que aprendeu da música negra americana, com ritmos brasileiros como samba e baião. Produziu o disco “A Onda é o Boogaloo” de Eduardo Araújo. Teve composições gravadas por Roberto Carlos (Não Vou Ficar) e Erasmo Carlos (Não Quero Nem Saber). Começou a se apresentar em programas de rádio e TV.
Em 1970, gravou seu primeiro LP, “Tim Maia”, que fez sucesso com as músicas “Azul da Cor do Mar”, “Coronel Antônio Bento”, “Primavera” e “Eu Amo Você”. Em 1971, lançou “Tim Maia”, que fez sucesso com “Não Quero Dinheiro, Só Quero Amar”, uma canção dançante de sua autoria, “Não Vou Ficar” e “Preciso Aprender a Ser Só”. Em 1975, lançou “Rational Culture”, que fez parte da fase mística do cantor, quando ele se filiou à seita, Universo em Desencanto.
O cantor entrou nesse círculo após se interessar pelo livro Universo Em Desencanto e se aproximar de um guru espiritual chamado Manuel Jacinto. Tratada como seita, a Cultura Racional pregava uma elevação espiritual.
Tim Maia e a Cultura Racional
Com histórico de atritos com as gravadoras, foi um dos primeiros artistas a lançar seu próprio selo “Seroma”, que depois virou a gravadora “Vitória Régia”. Com ela lançou “Que Beleza”, “Descobridor dos Sete Mares”, “Me Dê Motivo”, no qual lançou dois discos: Tim Maia Racional Volume 1 e 2, hoje relíquias de colecionador.
Com seu comportamento polêmico, faltou a shows e entrevistas e se queixava do sistema de som dos locais em que se apresentava. Os pedidos de “mais grave, mais agudo, mais retorno” viraram rotina, pois ele repetia em todas as apresentações. Envolvido com álcool e drogas, vivia com a saúde debilitada. Durante uma apresentação, no dia 8 de março de 1998, no Teatro Municipal de Niterói, passando mal, retirou-se do palco e foi levado para o hospital.
Esse perfil agitado e controlador e as manias de perseguição fizeram que ele ganhasse um apelido particular: o de síndico. Jorge Ben Jor viu na ocasião a chance de brincar com o amigo, que popularizou o apelido na música W/Brasil (Chama o Síndico).
Elenco do filme Tim Maia
Em 2007, o jornalista e seu amigo Nelson Motta lançou a biografia Vale Tudo — O Som e a Fúria de Tim Maia, que foi um sucesso editorial.
Esse trabalho inspirou dois outros projetos: o musical de 2011, interpretado por Tiago Abravanel, e o filme de 2014 que contou com Robson Nunes e Babu Santana vivendo a grande voz do soul nacional.
Mas quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos vir achar, razão para viver… ver na vida algum motivo pra sonhar, ter um sonho todo azul, azul da cor do mar
Tim Maia faleceu em Niterói, no Rio de Janeiro, no dia 15 de março de 1998.
Quem acompanha ficção científica já ouviu falar de Hélio-3. Ele é o combustível usado nos quase-mágicos motores Epstein em The Expanse, que abriram o Sistema Solar para a Humanidade. Já na em For All Mankind, do Apple+, o Hélio-3 é responsável pelo fim do Aquecimento Global, energia barata e limpa e uma melhoria geral na qualidade de vida do planeta. Carlos Cardoso – Meio Bit
Em um estudo publicado na revista Nature Geoscience, cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, descobriram evidências de que um recurso raro chamado hélio-3 é potencialmente dez vezes mais comum na Terra do que se imaginava. Denis Pacheco – Jornal da USP. 27/05/2022
Durante a formação do planeta Terra, gases se acumularam no núcleo do planeta. Um deles, presente em grande oferta por lá, é o hélio de-3, um componente intrigante e raro usado em reatores de fusão nuclear. No entanto, um novo estudo descobriu que, além de estar vazando do núcleo terrestre para o manto, ele pode ser encontrado no fundo do mar. Vitoria Lopes Gomez – Olhar Digital. 20/10/2023
O segundo elemento mais simples, Hélio compõe 24% de todo o Universo, só perdendo para o Hidrogênio.
Fotomontagem relacionando energia e o átomo de hélio-3. Ana Júlia Maciel/ Jornal da USP
Conforme explica Ricardo Galvão, especialista em Física de Plasmas e Fusão Nuclear Controlada e professor do Instituto de Física (IF) da USP, o hélio-3 (3He) é um isótopo do hélio, o que significa que ele contém o mesmo número de prótons que esse elemento comum, mas um número diferente de nêutrons. Instituto de Física da Universidade de São Paulo – IFUSP
Na pesquisa, os cientistas americanos usaram uma nova técnica para detectar de que maneira os níveis de hélio estão subindo no nosso planeta. O isótopo, de acordo com Galvão, foi surpreendentemente encontrado na Terra durante um estudo que pretendia mensurar a presença de outra “versão” do hélio, o hélio-4 (4He).
Os pesquisadores confirmaram que a concentração desse isótopo tem aumentado, já que a substância é liberada principalmente durante a queima e extração de combustíveis fósseis. O isótopo de hélio-4 é produzido pelo decaimento radioativo na crosta terrestre e se acumula nos mesmos reservatórios que os combustíveis fósseis, em especial os de gás natural.
Os geocientistas notaram a presença do valioso hélio-3 que, de acordo com o trabalho, está também aumentando junto com o hélio-4 em nossa atmosfera, ainda que em níveis muito menores do que fora dela.
O Hélio-4 é o mais comum. 99.999863% do Hélio existente na Terra, é 4He, só 0.000137% são átomos de Hélio-3, que só foi teorizado em 1934 e isolado em 1939, já no Espaço esse número sobe para 0.001%.
Na Lua, 3He existe em uma proporção que pode chegar a 15 partes por bilhão nas zonas expostas ao Sol, e até 50 partes por bilhão nas zonas de sombra, como crateras nos polos lunares.
Uma equipe descobriu que o hélio-3 está disponível em abundância no fundo do oceano, em antigos fluxos de lava da Ilha Baffin, no Arquipélago Ártico do Canadá. Trata-se da maior concentração do gás na superfície da Terra.
Estrutura atômica dos dois isótopos mais comuns do Hélio-3. Build an Atom
O professor Galvão esclarece que, primeiro, precisamos diferenciar como obtemos energia de reações nucleares. Uma delas é a fusão nuclear, “que é a forma pela qual as estrelas obtêm energia”.
A imensa maioria do Hélio do Universo foi criada nos primeiros minutos do Big Bang, mas uma porção considerável vem das estrelas. O Hélio é subproduto da fusão nuclear, quando átomos de Hidrogênio nos núcleos estelares, sob extrema temperatura e pressão, se fundem criando núcleos de Hélio, liberando uma imensa quantidade de energia, boa parte na forma de radiação.
Aqui na Terra, principalmente, utilizamos a fissão nuclear, ou seja, bombardeamos átomos com nêutrons para quebrar o seu núcleo e gerar energia. Para isso, utilizamos dois isótopos de hidrogênio, o deutério e o trítio. A reação entre eles gera os resíduos que chamamos de lixo nuclear. O hélio-3, se descoberto em abundância, tomaria o lugar do trítio e a reação, teoricamente, seria bem menos perigosa para o planeta.
A reação ideal é a chamada Fusão Aneutrônica, uma reação de fusão que não produz nêutrons.
A descoberta recente é importante porque o hélio-3 pode servir como base de energia limpa para nossa civilização, ainda que detectado na Terra em quantidades pequenas. Atualmente, cientistas sabem que o hélio-3 é amplamente encontrado no espaço sideral, especialmente na Lua.
Esse elemento na Lua vai mudar o mundo, formado no solo da Lua por radiação ultravioleta do Sol. A China e a Rússia se juntaram para construir uma Estação Lunar Internacional para extrair o material. Serjão Sacaria – Facebook
O hélio-3 foi encontrado pelos chineses na Lua através de amostras coletadas durante a missão espacial chinesa Chang’e-5, que foi lançada em 2020. A missão fez história ao se tornar a primeira em mais de 40 anos a trazer amostras do solo lunar para a Terra. John Lucas – Gazeta do Povo. 24/09/2023
Segundo a Nasa, entre os planos dos chineses, estão a realização de uma missão para estudar a possibilidade de encontrar água no polo sul da Lua e outra que visa construir uma base permanente no satélite natural, que teria como objetivo central a realização de estudos e a exploração de novos recursos lunares, incluindo a possível mineração de hélio-3.
Em uma entrevista concedida no início de 2023 ao site Politico, o administrador da Nasa, Bill Nelson, expressou suas preocupações de que a China possa reivindicar o polo sul da Lua para fazer a exploração exclusiva de seus recursos, caso os americanos atrasem suas missões de retorno ao satélite.