Itaipu E-400: o primeiro carro elétrico brasileiro 1.2

O Itaipu E-400 foi o primeiro carro elétrico brasileiro lançado pela Gurgel nos anos 1980. Na década de 1970 o Brasil fabricava o seu primeiro modelo, o Itaipu, da Gurgel Motores. Edson Novaes – 2019 set 26

O minicarro com capacidade para 2 passageiros foi o primeiro carro elétrico desenvolvido na América Latina, porém os tempos eram outros e ele acabou não sendo fabricado em série. Vivimetaliun2019 set 25

Apresentado pela primeira vez ao público no Salão do Automóvel de São Paulo – em 1974, o modelo acabou servindo de base para o E-400, um utilitário produzido entre os anos de 1981 e 1982, considerado o primeiro carro elétrico produzido em série no Brasil.

Nas categorias furgão e picape, apesar de inovador apresentava alguns problemas, como baixa autonomia e demora na recarga das 8 baterias, que durava entre 6 e 8 horas.

O Itaipu E-400, o carro elétrico produzido pela Gurgel, é tão fácil de dirigir quanto um veículo convencional. Seu desempenho é modesto, mas compatível com o uso no transito urbano. Até chegar ao design final do Itaipú a Gurgel gastou 8 anos em projetos. Luiz RibeiroGurgel 800

O Itaipu E-400, construído em Rio Claro pela Gurgel, possui os 03 pedais (acelerador, freio e embreagem) tradicionais, tipo Volkswagen, para fazer funcionar é preciso mover uma alavanca situada entre os dois bancos dianteiros que serve para ligar todo o sistema, depois abaixa-se o pedal da embreagem para ligar motor.

A troca de marchas ( 04 para a frente e 01 ré) processa-se normalmente como um cambio VW comum, com um motor de 10 kw ao regime de 3 000 rpm e com um consumo médio de 0,4 kwh/km, como a todos os demais componentes, originários de produção normal de Volkswagen, o que, além de facilitar a reposição em caso de quebra ou desgaste, reduz seu custo industrial.

O carro possui dimensões de 3,82 m de comprimento, 1,63 de altura, ao que se soma uma reduzida potencia a um elevado peso total, 1470 kg.

O desempenho do E-400 podia atingir a sua velocidade máxima, por volta de 70 km/h, com o limitador da potencia fornecida pela bateria ligado por meio de uma chave no painel, para impedir que o veículo ultrapasse os 45 km/h, a autonomia consequentemente crescia, assim dos 80 km previstos, podia-se chegar a mais de 100 km. Testes realizados pelo fabricante indicaram uma autonomia de 127 km na cidade sem recarga.

Para recarga total ou parcial, é suficiente ligar um plug existente na carroceria, perto da porta do motorista, a uma tomada doméstica, sem qualquer outra operação.

Compartimento de cargas
O acesso ao compartimento de cargas
feito por uma única porta lateral

Essa autonomia pode ser incrementada por pequenas recargas, durante as interrupções de sua utilização, por exemplo, uma parada de duas horas para almoço pode servir para recarregar as baterias que estejam pelo uso anterior com cerca de metade de sua carga (a recarga total necessita de 08 horas.

O E-400 possui duas unidades de 175 amperes/hora tipo chumbo ácido, iguais as usadas em auto-tração, como, por exemplo, empilhadeiras, suportam de acordo com as especificações da fábrica 800 recargas, se durante seu uso, não se deixar que se descarreguem totalmente, pode-se chegar a 03 anos antes da necessidade de troca.

O conjunto de baterias custa cerca de 25% do preço do veículo elétrico, em valores da época, o preço aproximado de E-400 de Cr$ 900.000,00 e as baterias custam Cr$ 222.000,00. Para evitar o problema de uma despesa elevada, contudo, o pensamento da Gurgel estabelecia um sistema de leasing para as baterias: elas seriam trocadas diariamente ou após determinado período de uso, contra o pagamento, pelo dono do carro de uma quantia pre-fixada.

Interior

Painel simples
e acabamento bem sóbrio

Inicialmente o E-400 foi reservado a companhias estatais, o que permitiria à Gurgel receber e avaliar uma série de informações relativas ao uso, comportamento, consumo e desgaste dos seus automóveis de fontes mais confiáveis do que os usuários comuns. O pensamento da Gurgel era abrir a venda do E-400 para o público em geral, ainda em 1981.

O modelo que a revista Quatro Rodas experimentou foi o primeiro a ser produzido e entregue para uso normal, e estava a serviço da empresa concessionária de energia elétrica de Brasília. Cláudio CARSUGHI – Quatro Rodas n° 251 jun 1981 – Gurgel Itaipú E-400 elétrico (págs. 64 a 66)

O carro elétrico da Gurgel hoje uma realidade indiscutível. O seu desenvolvimento remonta a 1973, e o seu primeiro protótipo foi apresentado em 1974 (que ornamentou o salão de entrada da fábrica, em Rio Claro).

Jo�o Gurgel


João Gurgel: o velho sonho, agora real

Pelas suas características será sempre um carro de uso preponderantemente urbano, no qual a elasticidade marcha vale muito mais do que o desempenho em termos absolutos, com a facilidade de poder ser recarregado onde existir uma tomada elétrica, sem necessidade, durante isso, nenhuma adaptação ou infraestrutura faraônica.

A inexistência de qualquer necessidade de regulagens frequentes do motor, como a gasolina ou a álcool, representa uma vantagem, tanto no aspecto econômico como no de tempo ganho.

Edição: 09 mai 2024

Palavras PerdidasJoão Elon Musk Gurgel, Eu vou de bike, e você?Empoderamento dos recursosHemp CarQuem matou o carro elétrico?Filmografia dos carros do cinemaRoda tecnobikelógicaTelha elétricaVelozes e IncompetentesMotivos para ter um UNO! Fiat Uno 100% Eletrico e a mais de 500 KM/H!

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