Cientistas que trabalham no Peru pesquisaram camadas de solo em busca de evidências fósseis microscópicas de impacto humano. Eles descobriram que as florestas não foram “desmatadas, cultivadas ou de outra forma significativamente alteradas na Pré-História”. Victoria Gill – BBC News

Não é de hoje que as populações nativas indígenas e os povos originários do Brasil são os melhores guardiões das florestas, da fauna e da flora local: um estudo liderado por cientista do Smithsonian Tropical Research Institute em Balboa, no Panamá, revelou que por mais de 5 mil anos os povos indígenas viveram na Amazônia em perfeita harmonia com a natureza – sem destruir biomas e “sem causar perdas ou distúrbios detectáveis de espécies”. Buscando evidências fósseis microscópicas em pesquisa nas mais diversas camadas do solo amazônico – voltando, assim, no tempo em milhares de anos – os cientistas não encontraram qualquer evidência de impacto humano sobre as florestas. Vitor Paiva – Hypeness

Dolores Piperno, do Smithsonian Tropical Research Institute em Balboa, no Panamá, que liderou o estudo, disse que as evidências podem influenciar o debate moderno sobre conservação — revelando como as pessoas poderiam viver na Amazônia enquanto preservam sua biodiversidade.

Piperno disse à BBC News que as novas descobertas fornecem evidências de que o uso da floresta tropical pela população indígena “foi sustentável, não causando perdas ou distúrbios detectáveis de espécies, ao longo de milênios”.

Cientistas afirmam que suas descobertas também ressaltam o valor do conhecimento indígena para ajudar a preservar a biodiversidade da Amazônia, por exemplo, orientando a seleção das melhores espécies para replantio e restauração.

“Os povos indígenas têm um conhecimento tremendo sobre sua floresta e seu meio ambiente”, disse Piperno, “e isso precisa ser incluído em nossos planos de conservação.”
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